06/07/2014

Como se Apaixonar em 40 Dias - 18º Capítulo (+18)


Joseph’s POV

Praguejei ao ver uma multidão impedindo o nosso caminho até ao outro lado do cais e cheguei à conclusão que provavelmente deveria estar por ali alguém famoso. Irritei-me com a falta de passagem e mantive Demi junto a mim enquanto abria caminho pelo meio das pessoas. Depois de três encontrões e dezenas de “com licença”, consegui chegar ao final do cais.
— O que estamos a fazer aqui? — Perguntou.
— Invadindo. — Disse vendo-a arregalar os olhos. — O que foi?
— Eu não pensei que você estivesse falando sério. E se estivesse, pensei que fosse um parque, um descampado ou um jardim privado, não um iate luxuoso maior que a minha casa! — Disse aflita.
— Você confia em mim? — Perguntei apertando sua mão na minha. Demi olhou para o iate com os olhos arregalados, olhou para a multidão nas suas costas, olhou para mim e voltou a olhar o barco.
— Eu confio, mas...
— Você confia? — Perguntei novamente sem deixar de olhá-la. Ela estava nervosa e com medo de ser flagrada. Ótimo.
— Eu... Confio. — Disse por fim enquanto se aproximava de mim.
— Vem, eu te ajudo. Não olhe para baixo. — Pedi enquanto passava para dentro do iate e estendia a mão para ela. Vi-a dar um passo em direção a mim, mas quando parou rapidamente fui obrigado a segurá-la com firmeza.
— Ai meu Deus. Eu vou cair e vou ser comida por tubarões ou piranhas sedentas por sangue. — Disse assustada. Ri do medo dela.
— Não, você não vai. Não é tão fundo assim, não há tubarões por aqui e piranhas vivem em águas doces, não salgadas.
— Joseph há barcos atracados aqui! Não pode ter rochas e tem que ser profundo! — Respondeu óbvia.
— Certo, mas eu não vou deixar que você caía. Vem me dá a outra mão.
Depois de respirar fundo e me dar a segunda mão, Demetria olhou em meu rosto. Antes que ela pudesse falar alguma coisa puxei-a para mim e segurei-a juntou ao meu corpo. Um grito agudo foi ouvido e rapidamente fui apertado com seus braços finos.
— Você é louco! — Reclamou ofegante enquanto escondia o rosto na curva de meu pescoço.
— Louco por você. — Sussurrei soltando-a lentamente. Fazendo-a tocar com os pés no chão do iate. — Você está segura. — Falei segurando seu pescoço. Podia sentir sua pulsação acelerada. Ela tinha medo de verdade.
— Morri três vezes agora. — Falou rindo enquanto ainda se segurava em mim.
— Vamos explorar. Você tem uma peça de roupa para deixar aqui. — Lembrei com malícia.
— Er, eu não tinha pensado nisso. — Disse assustada. Puxei-a e encaminhei-a até ao outro lado do convés. Eu conhecia o lugar como a palma da minha mão, mas ela não precisava saber disso.
— Eu posso escolher a peça de roupa? — Perguntei divertido enquanto descíamos as escadas que davam para o interior do barco. Caminhei pelo corredor e dirigi-me ao bar que havia no final. Chegando lá iluminei o espaço e deixei que Demi ficasse à vontade.
— Você não pode escolher. — Negou olhando em volta. Vi que ela apreciava a decoração marinha que ostentava o bar e eu tratei de preparar duas bebidas. — Você está muito à vontade para quem está invadindo propriedade alheia. — Disse passado um tempo. Ela estava desconfiada. — Já eu estou aterrorizada. E se alguém aparece por aqui Joseph? — Perguntou olhando pela janela.
— Ninguém vai aparecer. — Disse entregando-lhe uma das bebidas. Ela aceitou-a, mas analisou-a antes de me olhar. — Não temos a atenção das pessoas ou guardas sobre a gente.
— Guardas?! — Perguntou arregalando ainda mais os olhos. — Tem guardas por aqui?
— Claro. Seria um desastre se todos estes iates ficassem aqui ao Deus de ará.
— Guardas! — Resmungou. — Eu vou ser presa. — Disse fazendo-me rir.
— Você não vai. Relaxa e aproveite. — Pedi beijando seu pescoço.
— Eu não consigo ficar à vontade como você. — Disse tensa.
— Eu te ajudo nisso. — Falei inclinando-me para beijá-la.
Demi não me rejeitou, mas ainda estava nervosa. Pousei meu copo na mesa que havia ao nosso lado e peguei no dela para fazer o mesmo. Não parei de beijá-la por um segundo sequer e logo segurava sua cintura com ambas as mãos. Fiquei satisfeito quando ela permitiu que eu introduzisse minha língua em sua boca e a beijasse com urgência. Não demorei a sentir suas mãos em meus cabelos e quando dei conta já a arrastava para o corredor. Entrei pelo meu quarto adentro e tratei de fechar a porta. Fiquei feliz por não manter fotografias por ali.
— Jo... Joseph. — Gemeu Demi quando a deitei na cama. Separei meus lábios dos dela e desci os beijos por sua garganta até seu colo. — Para. — Pediu segurando meus ombros. Olhei-a e acariciei a pele de seu quadril.
— Algum problema? — Perguntei confuso.
— Não vou fazer sexo com você aqui. — Avisou. Sorri para ela e beijei demoradamente seus lábios.
— Você já fez sexo esta noite.
— Eu sei, mas...
— Ainda não terminei. — Reclamei mordendo sua bochecha. Ela fez uma careta divertida e eu sorri. — O que nós fizemos naquele banheiro foi... Quente. Aquilo foi puro sexo. Do mais primitivo que pode haver. — Falei sentindo seus dedos enroscarem-se em meus cabelos. — Foi ótimo, mas eu quero outra coisa. — Falei olhando em seus olhos.
— O quê?
— Eu quero sentir-me ligado a você novamente. Como nós fizemos naquela noite no seu sofá. Eu nunca senti algo tão intenso. — Disse fechando os olhos e sorrindo. Senti sua mão em meu rosto e recebi um beijo na testa. — Nunca me senti tão amado ou protegido. Nunca me senti exatamente no lugar certo. Naquela noite com você, algo mudou. Eu quero de novo e de novo. Eu quero fazer amor com você. — Disse olhando em seus olhos.
— Aqui? — Perguntou com um sorriso. Ela não estava assustada ou tensa. Ela queria o mesmo que eu.
— Não. Vamos esperar. — Disse olhando em volta. Nunca tinha trazido uma garota ali e muito menos uma mulher de verdade. Gostaria que Demi fosse a primeira, mas queria que acontecesse depois de cumprir a lista. — A gente faz acontecer mais tarde. No entanto, eu quero te beijar muito agora. E não só na boca. — Disse malicioso.
Ouvi um suspiro quando apertei seu quadril e subi a mão para desapertar o nó feito em sua camisa. Soltei-o facilmente e desabotoei os botões um a um. Meu olhar estava na pele branca e suave de Demetria, mas os olhos dela estavam em mim. Observando cada gesto que eu dava.
— Perfeita. — Sussurrei quando terminei de abrir o último botão. Afastei um pedaço da camisa para cada lado e inclinei-me para beijar o vão de seus seios fartos. O sutiã assentava-lhe como se fosse desenhado para ela, mas era aquela peça que ficaria numa das minhas gavetas.
Senti o corpo de Demetria arquear sob o meu e beijei seus lábios enquanto tirava sua camisa do caminho. Aproveitei que ela tinha elevado o tronco e soltei seu sutiã, arrastando as alças lentamente por seus braços. Demi suspirou quando a deitei novamente nas almofadas da cama e subi minha mão livre pelo interior de sua coxa, por cima do jeans apertado. Voltei a beijar sua garganta e em seguida toquei-a por cima da calça. Demetria gemeu e eu mordisquei a pele de sua clavícula.
Era incrível como ela reagia a cada toque que eu dava em seu corpo. Seus arrepios, seus tremores e até sua respiração. Ela alterava-se com uma rapidez impressionante e eu não a deixaria na mão. Sorri ao ouvi-la sussurrar meu nome e apressei-me a abrir o botão e o zíper de seu jeans. Não perdi tempo e adentrei minha mão em sua calcinha.
— Joseph. — Chamou de olhos fechados quando me sentiu acariciá-la. — O que está fazendo? — Perguntou com a respiração ofegante.
— O fato de não ceder á vontade de penetrá-la neste preciso momento não significa que não lhe possa dar prazer. — Murmurei em seus lábios. Senti sua mão apertar os cabelos da minha nuca e gemi quando ela se abriu mais para mim, roçando sua coxa em minha ereção. — Eu quero fazer você gozar assim. — Disse beijando seus seios.
Envolvi minha língua e meus lábios sobre um dos mamilos rígidos e ouvi Demetria gemer alto quando aumentei o ritmo das caricias. Ela estava tão recetiva. Estava sensível a cada toque eu lhe dava. Eu consegui ver, ouvir e sentir cada onda de prazer que lhe proporcionava. O prazer dela era o meu prazer de uma forma que eu nunca imaginei que pudesse ser possível.
Não demorou a que ela atingisse o ápice. Um gemido alto soou pelo quarto e sua respiração ofegante batia contra minha orelha. Escondi o rosto na curva de seu pescoço e beijei sua pele agora suada. Retirei minha mão da sua virilha e abracei-a contra mim, deitando-me sobre ela. O silêncio permaneceu por incontáveis minutos e Demi não parecia se incomodar com o meu peso sobre seu tronco nu. Contornei delicadamente a curva de seu seio e beijei-o em seguida. Não era um gesto de luxuria. Pelo menos eu não o encarava assim. Era um gesto de carinho e admiração. Eu admirava cada parte da mulher que estava sob mim.
— Temos que sair daqui. — Disse Demi acariciando meus cabelos lentamente.
— Ainda não. — Resmunguei enroscando-me ainda mais nela.
— Eu não quero ser flagrada aqui. Imagina que alguém nos encontra aqui.
— Não vão. — Descansei com um suspiro.
— Como sabe? — Perguntou novamente desconfiada.
— Vou mostrar. — Disse levantando-me contrariado. Eu podia ficar ali o resto da noite.
— Espera, preciso me vestir. — Falou sentando na cama e cobrindo os seios com um braço. Como se eu nunca tivesse visto. Revirei os olhos àquilo e vi-a pegar no sutiã.
— Na na na. — Neguei retirando a peça de suas mãos. — Algo tem que ficar. Prefere deixar sua camisa? — Perguntei divertido. — Ou sua calcinha?
— É, eu estava esquecendo essa parte. — Disse contrariada enquanto vestia a camisa como estava antes. Sorri vitorioso e guardei o sutiã na primeira gaveta da cómoda do quarto.
Depois de voltar ao bar para me desfazer das bebidas e apagar as luzes, voltei para fora do barco com Demi. Sabendo que corria o risco de levar um tapa na cara levei-a até à proa e mostrei-lhe o nome do barco.
— Eu não acredito. — Disse atónita enquanto encarava a palavra “Jonas” escrita em caligrafia. — Eu devia desconfiar.
— Você achou mesmo que eu iria deixar que você deixasse uma peça de roupa sua em qualquer lugar e ainda corresse o risco de ser apanhada? — Perguntei óbvio.
— Eu não sei se devo te bater ou se devo te beijar. — Disse ainda olhando as letras.
— Me beije. — Disse puxando-a para mim. Ela riu e deu um tapa leve em meu rosto. — Me beije muito!

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Olhei o número que indicava o andar e bufei de impaciência. Desde quando elevadores de hotéis luxuosos são tão lentos assim? Olhei para Demetria que olhava sua nuca no espelho e sorri satisfeito pela escolha.
— Eu ainda não acredito que fiz uma tatuagem. — Disse maravilhada.
— Não é permanente. — Lembrei.
— Mas é uma tatuagem. — Falou vitoriosa. — Porque escolheu a minha nuca? Porque não outro local?
— Eu acho que fazer uma tatuagem é uma escolha pessoal. Ninguém deve interferir na sua escolha e muito menos nos motivos por tê-la feito. Por isso escolhi uma tatuagem temporária. É algo que vai desaparecer porque não foi você que escolheu e é algo que você pode mostrar, ou não. Se você quiser mais tarde poderá fazer uma verdadeira. Que dure para o resto da vida. — Expliquei.
— A sua doeu? — Perguntou beijando meu pescoço, virando meu rosto para o lado para ver atrás da minha orelha.
— Um pouco. Você sabe. É a cabeça. Pele e osso. Quase não tem músculo aqui e a pele é fina. Não é tão fácil como num braço ou numa perna.
— E ainda assim você não gritou ou gemeu de dor. Apenas me olhou e esperou até que terminasse. — Disse com o que eu achei ser admiração. Ela não precisava saber que eu quase morri e que se não fosse por ela tinha gritado até o inferno.
— Deus não dá nada que o homem não possa suportar. — Disse sabiamente. Demetria abraçou-me pela cintura e beijou-me ternamente. Deitando a cabeça em meu ombro. — Cansada? — Perguntei acariciando suas costas.
— Tem sido uma longa noite. — Sussurrou. Ouvi um som característico de qualquer grande elevador e vi as portas abrirem-se.
— Está quase a terminar. — Falei segurando-a pela mão e pegando dois roupões que estavam pendurados junto aos cacifos dos balneários.
— O que viemos fazer aqui? Aliás, o que tem aqui? — Perguntou curiosa.
— Água. — Respondi com ar conspiratório enquanto a trazia pela mão.
Fiquei orgulhoso ao ver o sorriso enorme de Demi quando viu a piscina coberta à nossa frente. Não era grande de mais, mas para apenas duas pessoas aquilo era uma imensidão. O melhor não era a piscina, mas sim a vista que aquele andar nos permitia ter. Olhássemos para a direita ou para a esquerda, tudo o que se via era horizonte.
Demetria soltou minha mão e caminhou até à janela enorme de vidro. Abriu-a e caminhou para fora até à grande varanda. Aproximei-me para evitar que ela se aproximasse muito da beira, mas deixei que ela ficasse ali por um momento. Era possível sentir o incrível cheiro do mar e era possível ver todas as luzes do cais. Eram como estrelas numa escura imensidão. Era nostálgico. Era perfeito.
— Posso nunca mais acordar? — Perguntou caminhando lentamente até mim. Senti seus braços me rodearem e abracei-a apertado contra meu corpo.
Não respondi à sua pergunta. Senti que não era necessário. Ambos sabíamos que aquilo era um sonho e que a vida real não nos deixaria sentir o que estávamos sentindo. Não era algo que controlássemos. Aqui éramos apenas nós. Lá fora havia tudo. Havia trabalho, família, Travis e a minha futura faculdade. Os meus quarenta dias acabariam e Demi também sabia disso.
— Viemos aqui com um objetivo. — Lembrei afastando-me gentilmente. Fechei a janela da cobertura e caminhei da volta para a piscina. Tirei a jaqueta e a t-shirt que estava usando e vi os olhos de Demi ficaram arregalados.
— O que está fazendo?
— Vou nadar pelado. E você vai fazer o mesmo! — Falei. Tirando os sapatos e as meias. — Ficou com medo? — Perguntei desafiador enquanto tirava a calça.
— Com medo? Só pode estar brincando! — Disse tirando as botas e as calças jeans. Nunca a vi despir-se tão rápido como agora. Nem quando eu a atacava em algum momento do dia.
Não demorou até nos desfazermos das roupas e saltarmos para dentro de água. Mergulhei de cabeça e sabia que Demi tinha feito o mesmo, mas ela não nadava ao meu lado. Voltei à superfície e olhei em volta para encontrá-la quase do outro lado da piscina. Nadei até ela e segurei-a pela cintura. Ela batia o dente.
— Não sabia que a água estaria tão fria assim. — Disse se agarrando a mim. O corpo dela estava extremamente quente em contraste com a água. Apertei-a mais. — Por favor, me diga que não tem câmaras aqui.
— Não tem. — Respondi fazendo-a relaxar. — Nunca iria expô-la. Se bem que a graça está aí mesmo. No entanto, eu sou possessivo de mais para deixá-la à vista de qualquer um que não seja eu.
— Essa é uma das coisas que eu gosto. Quando você está sendo possessivo comigo. — Admitiu para minha surpresa.
— Tem mais coisas? — Perguntei olhando em seu rosto. Ela assentiu.
— Gosto quando me abraça. Quando você o faz eu pertenço a algum lugar. A alguém. — Disse olhando em meus olhos. Fiquei surpreso pela declaração e mais uma vez senti meu coração acelerar. Peguei sua mão e levei ao meu peito. Ela parou de sorrir, tentando perceber o que eu estava tentando mostrar e quando entendeu voltou a sorrir.
— Você tem feito isso acontecer a noite toda. — Admiti. Ela não era a única que podia se revelar. — Eu não sei como, nem o porquê de acontecer. Simplesmente acontece quando eu não estou à espera. Não acontecia antes. — Disse confuso. — Eu falei sério quando disse que algo mudou naquela noite.
— Joseph. — Chamou fazendo-me olhá-la. — Eu quis correr o risco esta noite e não me arrependo de nada. Você transformou um jantar de aniversário na melhor noite da minha vida e eu só tenho que te agradecer por isso. — Disse com um sorriso. — Só tem um problema. — Falou deixando-me em alerta.
— O quê?
— Eu não me quero arriscar apenas esta noite. Quero fazer cada loucura que nunca imaginei fazer. Quero viver cada momento ao seu lado sem arrependimentos. E quero que você esteja presente em cada alto e baixo. — Disse fazendo o meu coração acelerar novamente. — Acho que estou me apaixonando por você.

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